Crises

E no meio de tudo

Pensar no futuro

Tô em cima do muro

Fugindo do mundo

Crises, crises, crises

Essa voz que não cala

Por vezes me abala

A ferida não sara

Já refiz minha mala

Crises, crises, crises

Cansei de chorar

Faça o mundo parar

Vejo tudo rodar

Minha fé esgotar

Crises, crises, crises

Não aguento mais

Nunca chego ao cais

Minha força se vai

Peço perdão aos meus pais

Crises

Crises

Crises.

“- É apenas uma crise”

Raíssa Muniz

Não me deixa morrer

• Setembro Amarelo

A vida pode ser pesada demais
Pessoas vivem mandando sinais
Seus medos, são medos reais
Ainda existem amigos leais?
.
Só uma ligação nessa madrugada
Madrugada fria que meus ossos esmaga
Lágrimas quentes, coração gelado
Dói viver na multidão mas sem alguém ao lado
.
Sofri por um ano inteiro
Afundei cada pedaço meu por inteiro
No drama da vida real atuei
Pareceu que não era nada porque calei
.
Se eu falar, vai me ouvir?
Se me ouvir, vai entender?
Se não entender, vai discutir!
Só peço um favor: não me deixa morrer!

Raíssa Muniz

Minhas Razões

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O desejo me cega

A razão me acompanha

Uma dor que me cerca

Como criança que apanha

.

.

Sofri em silêncio

Um grito no peito

Ninguém ouve, lamento

Acha que perdi o respeito?

.

.

Passei dias lutando

Noites em claro

Caindo e levantando

Me perdendo é que me acho

.

.

Cada passo seguro que dei

Me trouxe até aqui

Senti bem os espinhos em que pisei

Todas as vezes que sorri

Raissa Muniz

Encarcerada

 

encarcerada

Uma prisão foi formada dentro de mim. Nela estão sentimentos, emoções, vontades… Cada um, por algum motivo qualquer, aparentou ser uma ameaça e foi detido. Não lembro se eu fui a culpada por isso.

Sentir o que eu sinto parece ser crime aqui fora; se as pessoas lessem todos os meus rascunhos, seria eu a encarcerada. Não estou eu presa em mim mesma com todos esses pensamentos sufocantes?
Sentir é um crime que poucos ousam cometer. Viemos pela conveniência do que é cabível, aceitável. Imprestáveis! Sua prisão é fraca, sua intolerância mata e sua justiça destruiu meu ser.
A verdade continua aqui em meu peito, mas meu julgamento só cabe a mim executar. Não decreto prisão perpétua ou pena de morte.
Liberdade! Me grita no peito.
Me livro de correntes, chicotes e celas.
Amo, sinto, vivo! Não se pode aprisionar sentimentos em um coração escancarado.
Raissa Muniz

Direito de Ser Humano

rosa com correntes

Tu tem direito à liberdade
Todos nascemos livres
Contigo nasceu dignidade
Seja da vida um ourives
Não é a cor da tua pele
Raça, cor, religião
Nada te define, te fere
Somos uma legião
Artigos definem teus direitos
Respeito garantido pela ciência
Ditam o que devem ser feito
Porque o homem não usa a consciência?
“Somos todos iguais”, me disseram
“Não existe distinção”
Pergunta pra’queles que trouxeram
Nos ombros a escravidão
Pra dor alheia fecham os olhos
Tá na lei, é só isso
Direitos humanos são Abrolhos
Na real somos todos omissos
Raissa Muniz

Espelho

espelho

Euforia, abraços, risadas

Minha alma agasalhada

Bem diria ser felicidade

Ser feliz não é prazer, é necessidade

Ser feliz é um peso

Sorrir é minha obrigação

Ensaio em frente ao espelho

Sigo com minha vocação

Sou mais forte do que pensava

Quando tudo isso não pesava

Agora carrego no peito

O grito da dor, está feito

Cada palavra mal dita

Cada ausência sentida

Cada dose tragada

Na solidão afundada

Meu mal agora faz bem

Aquelas palavras escritas

Não escutei de ninguém

Morri varias vezes, revivi

Noites sem poder dormir

Arrastei correntes em lamento

Você viu meu sofrimento?

 

Raissa Muniz

images

Dia claro esquenta coração frio
Dia de chuva faz escorrer as águas do rio
A esperança se faz presente no coração do desamparado
Que por sua cor e condição é condenado

Andei sozinha nessa noite procurei a lua
Vi os céus se fechando prometi ficar na rua
Vou conforme as ondas que o barco flua
As lágrimas que escorria se juntaram com chuva

E se a gente não pensar só no futuro
Viver o aqui e agora derrubando esses muros
Te amei com toda força meu amor eu juro
Mas preciso deixar meu coração puro

Solidão me da colo: vem que eu te cuido
Te da sombra e esperança, bem, te dou de tudo
O nada me alimenta, mas n me dá conforto
Se o nada for o tudo? Tudo nascerá morto!

Eu cego com meu ego mas não trago liberdade
Se eu te dê o incerto, não me traga mil verdade
Me traga a incerteza de uma mente barulhenta
A beleza tá em mim essa foi minha sentença

Os dias nublado trás a reflexão do teu posto
Se depender da vida as lágrima são imposto
Que vem suavemente sem precisar está exposto
Ninguém vai limpar as lágrima do teu rosto

Autor: Dário Ávila

Feridas

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Hoje me perguntaram por você, perguntaram por nós, pelo nosso velho amor. Você é aquela velha ferida que sempre é reaberta antes de cicatrizar totalmente; e toda vez que penso estar quase curada, alguém me vem com perguntas que reabrem essa dor.

Me perguntam se ainda sinto algo – claro que sinto, e sempre vou sentir. Outros ainda mais cruéis dizem achar que você ainda sente (isso é tão cruel). Quando as pessoas irão entender que sentimento alheio é coisa que não se deve mexer?

Esses comentário me machucam, ainda mais quando se trata do homem que teve de mim os sentimentos mais profundos, sinceros, intensos e puros.

Você seguiu, fez bem. Eu parei e fiquei olhando até você sumir. Até agora estou aqui, parada na rua dos sentimentos, assustada, esperando que alguém me dê uma carona e me tire daqui. Mas parece que permanecerei aqui sentada, esperando por um longo tempo, ainda cuidando dessa ferida que não sara.

R. Muniz

 

Ps.: Aqui é escuro e frio desde a sua partida, e isso tem atrasado minha cura.

Soledad

soledad

Me preparei tanto pra esse momento, mas quando chegou me assustei, sinto-me apavorada com essa solidão.

Tudo em volta é escuro e frio. Por mais que exista alguém(pois sempre existe), não consigo ver.

O medo me cega

As lágrimas embaçam minha visão

tudo que vejo (sinto) é um mundo escuro

sem amor

sem amigos

sem ouvidos para ouvir(entender) meus dramas.

Nunca pensei que meu riso se tornaria tão escasso.

Vivo um dia de cada vez

sabendo que o próximo pode ser pior

Porém, esperando que seja melhor

mais fácil

digno de meus sorrisos.

 

R. Muniz

Pássaro Azul

pássaros

Hoje eu preciso falar sobre o que eu sinto. Não tem como prender esse pássaro azul que mora em meu peito. 

Penso, penso, penso…. 

Só chego a conclusão de que, o que eu sinto pode acabar me matando. Como homem bomba, carrego explosivos em meu peito. Sentimentos que não são nem agressivos, nem destrutivos; mas que a opinião dos outros sempre os fizeram parecer ruins demais.

Estou numa prisão em que os mais fortes prevalecem, os racionais ditam as regras. O que comer, o que vestir, o que falar e até o que sentir. Há muito a razão tem tomado conta de tudo. Os mais fracos só tem o direito de calar, abafar os sentidos, e fingir ser racionais. Fingir amar quem não amamos só por ser o aceitável? Fingir ser feliz, só por mera aparência? Isso basta pra vocês? Até quando? Até quando irão sorrir escondendo a dor? 

Querem dizer quem devo amar, mas sinto muito, não posso aceitar isso por nem sequer um dia mais. Na verdade a única coisa que faço agora é sentir muito. 

Sinto muito o que a muito tempo não sentia por medo de desafiar a razão. E muitos me dirão: Você vai sofrer sérias consequências. 

Sim, eu sei. E sinto muito mesmo assim. Esse pássaro azul que vive em meu peito já cansou de ficar engaiolado, e agora quer voar. 

R. Muniz

 

(Inspirada por “O pássaro Azul” de Bukowski)