Costumávamos ser livres
Andar nas ruas sem temer
Sorrindo e festejando com os amigos
Música alta, teu toque me fazia tremer.
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Costumávamos ser livres
Do mal estamos nos escondendo
Atrás de uma estante de livros
Lá fora o mundo está fedendo.
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Tenho medo do mundo,
De cada lugar em que estive
Absorvi o que havia de profundo.
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Quero respirar sem reserva
Estou presa há muito tempo
Nem amor nem ódio me preserva
Tudo tem sido apenas momento.
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Costumávamos ser livres sem corte
Agora resta o medo da morte
Viverá quem tiver sorte
Vencerá quem for mais forte.
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Raissa Muniz
Categoria: Do Nada ;]
Crises
E no meio de tudo
Pensar no futuro
Tô em cima do muro
Fugindo do mundo
Crises, crises, crises
Essa voz que não cala
Por vezes me abala
A ferida não sara
Já refiz minha mala
Crises, crises, crises
Cansei de chorar
Faça o mundo parar
Vejo tudo rodar
Minha fé esgotar
Crises, crises, crises
Não aguento mais
Nunca chego ao cais
Minha força se vai
Peço perdão aos meus pais
Crises
Crises
Crises.
“- É apenas uma crise”
Raíssa Muniz
Não me deixa morrer
• Setembro Amarelo
A vida pode ser pesada demais
Pessoas vivem mandando sinais
Seus medos, são medos reais
Ainda existem amigos leais?
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Só uma ligação nessa madrugada
Madrugada fria que meus ossos esmaga
Lágrimas quentes, coração gelado
Dói viver na multidão mas sem alguém ao lado
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Sofri por um ano inteiro
Afundei cada pedaço meu por inteiro
No drama da vida real atuei
Pareceu que não era nada porque calei
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Se eu falar, vai me ouvir?
Se me ouvir, vai entender?
Se não entender, vai discutir!
Só peço um favor: não me deixa morrer!
Raíssa Muniz
Lá vai ela
Ela vai,
Pés descalços no asfalto
Sempre olhando pro alto
A procura de Deus
Suplicando pelos seus
Ela vai,
Quer que ouçam seus gritos
Seu coração sempre aflito
Na confusão deste mundo
Mais um sentimento profundo
Ela vai,
Com toda a vontade de quem quer viver
Felicidade é tudo o que se quer ter
Você diz que é tolice expectativa na vida
Ela luta todo dia pra não ser vencida
A vida é arte
E eu sei pintar
Sofrer também faz parte
Na vida de quem quer amar.
Raissa Muniz
Soledad
Me preparei tanto pra esse momento, mas quando chegou me assustei, sinto-me apavorada com essa solidão.
Tudo em volta é escuro e frio. Por mais que exista alguém(pois sempre existe), não consigo ver.
O medo me cega
As lágrimas embaçam minha visão
tudo que vejo (sinto) é um mundo escuro
sem amor
sem amigos
sem ouvidos para ouvir(entender) meus dramas.
Nunca pensei que meu riso se tornaria tão escasso.
Vivo um dia de cada vez
sabendo que o próximo pode ser pior
Porém, esperando que seja melhor
mais fácil
digno de meus sorrisos.
R. Muniz
Vassalo
Pouco fazemos dieta
Muito falamos, é a bola da vez
Mas no amor não vivemos de merreca
Pouco importa agora o que eu fiz, o que cê fez
Foi pouco tempo, o fim foi duro
Pouco caso, muito cinismo
Me diz agora, qual foi seu lucro?
Era seu objetivo, tipo onda de capitalismo
Te jurei fidelidade como um vassalo
Com superioridade me dominou
Meu benefício era amá-lo
De um grande precipício me derrubou
Era um nobre cavalheiro, só no meu sonho
Gentil, amigável, pura nobreza
Ao seus caprichos e vontade me exponho
Sarcasmo e egoísmo são a sua natureza.
R. Muniz
Só uma crítica
Para todos os lados que olho vejo um mundo altamente crítico. Todos cheios de razão.
Engraçado que este é o mesmo mundo que fala tanto em aceitação e respeito, mas que está constantemente impondo suas opiniões, uns aos outros. Daí você se sente pressionado a ser crítico também, não aceitar ou se moldar.
Mas as pessoas esquecem do equilíbrio.
Eu, sinceramente, não faço questão de aguçar meu senso crítico da vida e do mundo. Sempre gostei de observar, e não opinar. Opinar me traz a responsabilidade de sustentar argumentos, me obriga a ser A ou B. Francamente, eu prefiro ser eu, apenas. Sem pressão, sem perfeição, sem criticar, sem opinar, sem movimentar ações. Prefiro apenas ser e deixar o outro ser também.
Não é meu dever, muito menos direito, trazer juízo e condenação ou buscar razões ao que o outro pensa.
R. Muniz
P.s.: Isso parece uma crítica aos críticos?
Agonia
Muitas vezes me senti sozinha, mesmo estando acompanhada de muitas pessoas. Passei momentos de profunda tristeza, mesmo sorrindo aos ventos. Hoje em dia não me preocupo mais em ficar me contendo, não me envergonho em externar meus reais sentimentos.
Pode não parecer que sou eu, mas agora qualquer “bobagem” me deixa extremamente triste, sobrecarregada, com uma dor no peito que parece que vou morrer. E eu nem me importo em transbordar, externar tudo que sinto.
Talvez seja resultado de todas as vezes que sorri por fora e chorei por dentro.
Talvez seja o acúmulo de decepções mal superadas (que eu fingi superar).
Talvez todos esses sentimentos negativos sejam um reflexo, ou melhor, uma consequência de todas as vezes que engoli o choro; dei colo quando eu precisava de um; do quanto tentei resolver a vida das pessoas, sendo que a minha estava precisando de solução.
Tudo isso pode ser visto como a porta de um quarto escuro, se abrindo pra que todos vejam, finalmente, a bagunça que tem aqui dentro.
R. Muniz
A Dor Do Amor
Quanto mais amor mais dor
O amor pra ser intenso tem que doer
Então, meu bem, não tenha medo de sofrer
Não se negue a amar
Eu nunca me privei do amor
Nunca tive medo da dor
Se sofri muito?
Claro!
Mas não me arrependo de ter amado intensamente
De me dado por completo
O amor compensa
A paixão vale qualquer lágrima.
Raissa Muniz
O passado nem sempre passa
A vida muda com frequência. Mas será que é a vida que está em mudança? É tudo passando tão rápido que minha cabeça está a beira da loucura. Eu penso no passado e tento ver o que eu poderia ter feito diferente, pra que hoje fosse tudo diferente. Mas se eu tivesse acertado tudo não teria aprendido tanto, não seria hoje quem eu sou. Por outro lado, tudo que passei foi o suficiente pra me tornar essa pessoa tão dura, tão fechada, e desconfiada de tudo e de todos. Seria bom se não fosse essa vontade imensa de me relacionar com as pessoas lutando contra o medo de me magoar de novo. E eu levo tudo assim, na peleja com o coração. Confiando só em mim, esperando um dia confiar em alguém mais.
By: Raissa Muniz