Costumávamos ser livres

Costumávamos ser livres
Andar nas ruas sem temer
Sorrindo e festejando com os amigos
Música alta, teu toque me fazia tremer.
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Costumávamos ser livres
Do mal estamos nos escondendo
Atrás de uma estante de livros
Lá fora o mundo está fedendo.
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Tenho medo do mundo,
De cada lugar em que estive
Absorvi o que havia de profundo.
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Quero respirar sem reserva
Estou presa há muito tempo
Nem amor nem ódio me preserva
Tudo tem sido apenas momento.
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Costumávamos ser livres sem corte
Agora resta o medo da morte
Viverá quem tiver sorte
Vencerá quem for mais forte.
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Raissa Muniz

Me Mantém Viva

Eu não escrevo por diversão
Entenda o que tenho escrito
Poesia não é parque de ilusão
Cada poema meu é um grito
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Não é questão de ter fama
Mérito, dinheiro , sucesso
Confundi quem realmente me ama
Chorando no banheiro escrevi o melhor verso
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Ninguém conhece as dores
O medo que no peito carrego
Quando eu morrer não traga flores
Se agora o que te importa é o ego
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Escrever me mantém viva,
Faz com que eu não me corte
faz com que eu não me mate
Eu não escrevo por esporte.

Raíssa Muniz

Meu Fim

Previ o fim desde o começo
Abro um gym e recomeço
No teu olhar me reconheço
Me tira o ar, eu enlouqueço
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Eu que jurava que era feitiço
Me embriaguei com teus resquícios
Só uma dose virou meu vício
Me vi a beira do precipício

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Era tudo questão de fé

Já me bastava ficar de pé
Sempre andando em marcha ré
Fingindo ser o que não é

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Pude voar
Perdi o ar
Tentei voltar
Perdi meu lar
R. Muniz

Crises

E no meio de tudo

Pensar no futuro

Tô em cima do muro

Fugindo do mundo

Crises, crises, crises

Essa voz que não cala

Por vezes me abala

A ferida não sara

Já refiz minha mala

Crises, crises, crises

Cansei de chorar

Faça o mundo parar

Vejo tudo rodar

Minha fé esgotar

Crises, crises, crises

Não aguento mais

Nunca chego ao cais

Minha força se vai

Peço perdão aos meus pais

Crises

Crises

Crises.

“- É apenas uma crise”

Raíssa Muniz

Não me deixa morrer

• Setembro Amarelo

A vida pode ser pesada demais
Pessoas vivem mandando sinais
Seus medos, são medos reais
Ainda existem amigos leais?
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Só uma ligação nessa madrugada
Madrugada fria que meus ossos esmaga
Lágrimas quentes, coração gelado
Dói viver na multidão mas sem alguém ao lado
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Sofri por um ano inteiro
Afundei cada pedaço meu por inteiro
No drama da vida real atuei
Pareceu que não era nada porque calei
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Se eu falar, vai me ouvir?
Se me ouvir, vai entender?
Se não entender, vai discutir!
Só peço um favor: não me deixa morrer!

Raíssa Muniz

Fugindo do real

Dentro desse quarto
O mundo parece mágico
No centro da questão, parto
Ser profundo parece trágico

Realidade que me corta
Em pedaços pequenos
Uma fragilidade morta
Comum a seres terrenos

Andar sem rumo
Já é um vício
Que eu assumo
Desde o início

Nada aqui é real
Tudo é imaginário
Você sempre é leal
A pequenos relicários.

Raíssa Muniz

Minhas Razões

rootedbysugargrl14

 

O desejo me cega

A razão me acompanha

Uma dor que me cerca

Como criança que apanha

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Sofri em silêncio

Um grito no peito

Ninguém ouve, lamento

Acha que perdi o respeito?

.

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Passei dias lutando

Noites em claro

Caindo e levantando

Me perdendo é que me acho

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Cada passo seguro que dei

Me trouxe até aqui

Senti bem os espinhos em que pisei

Todas as vezes que sorri

Raissa Muniz

Mais Um Verso De Amor

raissa

Por que falamos tanto em amor
Se não amamos de verdade?
Isso só nos causa dor
Sucumbindo à vaidade
Sobre o amor tanto já li
Livros, histórias, poesia
Nada novo aprendi
Apenas do que já sabia
Pra tudo se cria padrão
Até sobre como amar
Não dá pra controlar o coração
Sentimento é um grande mar
Sempre busquei sentir mais
Mergulhei fundo nesse universo
Meu barco estava no cais
Falei de amor como único verso
Raissa Muniz

Encarcerada

 

encarcerada

Uma prisão foi formada dentro de mim. Nela estão sentimentos, emoções, vontades… Cada um, por algum motivo qualquer, aparentou ser uma ameaça e foi detido. Não lembro se eu fui a culpada por isso.

Sentir o que eu sinto parece ser crime aqui fora; se as pessoas lessem todos os meus rascunhos, seria eu a encarcerada. Não estou eu presa em mim mesma com todos esses pensamentos sufocantes?
Sentir é um crime que poucos ousam cometer. Viemos pela conveniência do que é cabível, aceitável. Imprestáveis! Sua prisão é fraca, sua intolerância mata e sua justiça destruiu meu ser.
A verdade continua aqui em meu peito, mas meu julgamento só cabe a mim executar. Não decreto prisão perpétua ou pena de morte.
Liberdade! Me grita no peito.
Me livro de correntes, chicotes e celas.
Amo, sinto, vivo! Não se pode aprisionar sentimentos em um coração escancarado.
Raissa Muniz

Direito de Ser Humano

rosa com correntes

Tu tem direito à liberdade
Todos nascemos livres
Contigo nasceu dignidade
Seja da vida um ourives
Não é a cor da tua pele
Raça, cor, religião
Nada te define, te fere
Somos uma legião
Artigos definem teus direitos
Respeito garantido pela ciência
Ditam o que devem ser feito
Porque o homem não usa a consciência?
“Somos todos iguais”, me disseram
“Não existe distinção”
Pergunta pra’queles que trouxeram
Nos ombros a escravidão
Pra dor alheia fecham os olhos
Tá na lei, é só isso
Direitos humanos são Abrolhos
Na real somos todos omissos
Raissa Muniz